As deformidades congênitas são alterações no desenvolvimento do corpo da criança que estão presentes desde o nascimento. Essas alterações podem afetar os ossos, articulações, músculos, tendões ou outras estruturas, e variam bastante em tipo e gravidade — desde pequenas assimetrias até malformações mais complexas que impactam diretamente a função e a qualidade de vida.
Principais Causas
As causas das deformidades congênitas podem ser variadas e, muitas vezes, multifatoriais. Entre as principais, destacam-se:
- Fatores genéticos: alterações nos genes ou cromossomos podem afetar o desenvolvimento do esqueleto.
- Fatores ambientais durante a gestação: como infecções (ex: rubéola), uso de certos medicamentos, consumo de álcool ou exposição a substâncias tóxicas.
- Doenças maternas: como diabetes mal controlado ou distúrbios autoimunes.
- Problemas durante o desenvolvimento intrauterino: como posição inadequada do feto ou restrição de movimento no útero.
É importante lembrar que, na maioria dos casos, a causa exata não é identificada, e os pais não devem se sentir culpados — muitas dessas alterações ocorrem de forma imprevisível.
Exemplos Comuns de Deformidades Congênitas
- Pé torto congênito (pé equinovaro)
Deformidade nos pés que os deixa voltados para dentro e para baixo. - Displasia do desenvolvimento do quadril (DDQ)
Alteração na formação da articulação do quadril, que pode levar à instabilidade ou luxação. - Deficiências longitudinais ou transversais dos membros
Como ausência parcial de ossos, encurtamentos, ou dedos a mais ou a menos (polidactilia ou sindactilia). - Hemimelia e outras malformações ósseas complexas
Que envolvem encurtamentos significativos, deformidades angulares ou ausência parcial de ossos longos.
Tratamentos
O tratamento das deformidades congênitas depende do tipo e da gravidade da alteração. Em muitos casos, o diagnóstico precoce permite intervenções mais simples e com melhores resultados. As abordagens mais utilizadas incluem:
- Imobilizações e órteses
Em casos como o pé torto congênito, o tratamento pode começar com manipulações e imobilizações em gesso (método de Ponseti), seguido do uso de órteses para manter a correção. - Fisioterapia
Utilizada para estimular o movimento, fortalecer a musculatura e corrigir posturas. - Cirurgias ortopédicas
Algumas deformidades requerem procedimentos cirúrgicos para correção óssea, alongamento de membros, realinhamento articular ou reconstrução de partes do esqueleto. Em casos de grandes encurtamentos ou malformações, técnicas como a fixação externa e o alongamento ósseo progressivo podem ser indicadas. - Acompanhamento multidisciplinar
Em muitos casos, o tratamento envolve uma equipe com ortopedista, fisioterapeuta, terapeuta ocupacional e, quando necessário, cirurgião plástico ou outros especialistas.
Prognóstico
Graças aos avanços na ortopedia pediátrica e nas técnicas de reconstrução, muitas crianças com deformidades congênitas podem alcançar uma boa função e qualidade de vida. O mais importante é que o tratamento seja individualizado, com acompanhamento regular e metas bem definidas.